O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais prevalente no
país, responsável por mais de 6600 casos novos por ano, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Diferentemente do câncer do colo de útero, onde temos tanto a medidas de prevenção e rastreamento bem estabelecidas, não há nenhum exame que possa detectar o câncer de ovário em estágios iniciais.
Normalmente o diagnóstico do câncer de ovário acontece de duas formas distintas: através de um achado incidental ao se realizar um exame de imagem ou cirurgia devido a uma outra queixa médica ou através de sintomas relacionados à própria neoplasia de ovário como dor abdominal, aumento do volume abdominal (acúmulo excessivo de água chamado ascite), dentre outros.
Os fatores de risco mais relevantes associados a esta neoplasia são a história familiar (até 25% dos diagnósticos têm origem hereditária – mutação dos genes BRCA1 e BRCA2); fatores hormonais (ausência de gravidez, infertilidade, não uso de anticoncepcionais orais); obesidade; endometriose, etc.
Existem vários subtipos histológicos distintos causadores do câncer de ovário, sendo o mais prevalente os carcinomas serosos. Devido a alta prevalência de origem hereditária no câncer de ovário, toda paciente com este diagnóstico tem que realizar o sequenciamento genético que influenciará no manejo desta paciente.
A cirurgia é o tratamento de escolha nas pacientes com diagnóstico em estágios mais iniciais, podendo ser necessário o uso de quimioterapia num primeiro momento se a paciente apresentar doença mais avançada (quimioterapia neoadjuvante).
O tratamento oncológico do câncer de ovário vem passando por inúmeras mudanças nesta última década sobretudo nas pacientes que apresentam alterações genéticas (mutação do BRCA1 e/ou BRCA2) visto a disponibilidade de uma nova classe de medicamentos conhecida como inibidores da PARP que mudou o prognóstico destas pacientes.